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Mas todo mundo tá na rua...

Lá pelas tantas da noite, minha mãe me chamava aos gritos "Menina! Venha simbora que já ta tarde!" E lá se via eu, suada, sem a cabeça do dedo do pé, os cabelos mais bagunçados do que os brinquedos na cama, correndo para chegar logo na mamãe e pedir "Mamãe! Mas todo mundo ta na rua! Deixe eu brincar mais!" e ela dizia só mais um pouco. E assim, eu voltava pra rua, as crianças das redondezas todas unidas, jogando rouba-bandeira que na verdade era " roba -bandeira", garrafão, jogava bola (mais chutando as canelas do que a própria bola), bila etc.  Terminava o dia, a garganta doía de tando gritar "Aqui aqui aqui!!" e a mãe mandava ir tomar banho. Meu Deus! Era horrível! Cansada e toda dolorida da correria e eu ainda tinha que tomar banho?! Onde já se viu? Mamãe, não vou. Ah vai sim. Naaaaaam!! Isso não existe, não tem pra quê. Bom, tudo bem. Eu tinha que ir, era obediente, embora fosse totalmente contra a minha vontade. E começa a arder

Perdida, confusa e indecisa.

Ultimamente tenho questionado as minhas férias. Quanta estupidez! Você deve estar pensando. Eu também diria isso a um tempo atrás mas hoje divido meu tempo entre procurar algo para fazer, ter pressa para o término das minhas férias, não ter pressa para o fim das minhas férias, sonhar e divagar entre o que eu deveria estar fazendo. Isso é estupidez. Eu nunca disse que era inteligente. Quero ler, quero assistir, quero aprender inglês, quero fazer coisas novas, namorar, me divertir, não me importar... mas, sei lá! Queria escrever, mas falta inspiração. Então, só estou tocando pra frente o sentimento que me prende hoje. Amanhã talvez seja diferente. Não! Amanhã será diferente. Vou começar algum romance novo. Mas... qual? Onde está a minha inspiração? 

Tem alguém aí?

Eu criei o blog Sobre Asas com o intuito de escrever sobre o que eu quisesse, sem precisar de forma fixa ou de algo que não venha de mim e das minhas inspirações. Sem toda essa coisa de gramática, certo, errado, bota ou não, agrada ou não... Por isso passo, as vezes, bastante tempo sem postar e do nada volto de novo, vou e volto, vou e volto. Mas ei! Tem alguém aí? Gostaria de saber se só eu leio meus rascunhos bobos, ou se alguém mais se interessa. Para melhorar esse projeto, talvez? Não sei. Por egoísmo? Talvez.  Porém, seria legal saber. Comenta aí? Mesmo em anônimo? No fim, obrigada. A alguém, a ninguém, a mim.

Enough.

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Depois de tanto tempo esperando pelas férias, advinha só: faz três dias e já estou procurando o que fazer. Tenho muito, é verdade, inúmeros projetos surgem na minha mente, mas sabe aquela sensação de ter muito o que fazer e nada ao mesmo tempo? As vezes isso dá um vazio, as vezes alívio, agonia... uma mistura de tudo. E, no entanto, quanto a isso não tenho o que fazer. Esperar passar?  Sinceramente, eu queria mesmo era me aventurar. Fazer coisas novas, diferentes. Hoje vou sair pra correr, mas parece que meu corpo e minha mente exigem mais, queremos mais, mais do que isso. Mais, mais, mais... Mas o "querer mais" as vezes não me leva para lugar algum. Apenas como agora.  Eu escuto música de todos os estilos, danço, canto... mas ainda não é o suficiente! Por favor, alguém me diga o que será? 

#Escutehoje: Knocking on heaven's door

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Tradução (Vagalume): Batendo na porta do céu Mamãe tire este distintivo de mim Eu não posso usa-lo nunca mais Esta ficando escuro, escuro demais para ver Estou me sentindo como se estivesse batendo na porta do paraíso Bate, bate, bate na porta do paraíso Bate, bate, bate na porta do paraíso Bate, bate, bate na porta do paraíso Exatamente como muitas vezes antes Mamãe ponha as minhas armas no quintal Eu não posso atirar com elas nunca mais Aquela nuvem grande e escura esta abaixando Estou me sentindo como se estivesse batendo na porta do paraíso Bate, bate, bate na porta do paraíso Bate, bate, bate na porta do paraíso Bate, bate, bate na porta do paraíso Exatamente como muitas vezes antes

Depois de tanto tempo

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Eu queria poder ter alguém com quem conversar sobre você. Mas ainda estou com aquela sensação de que as pessoas ao meu redor esqueceram e eu continuo lembrando, dia após dia. Em algum momento, você está lá, na minha imaginação absurdamente ruim. Também não posso dizer que não tento esquecer, porque eu tento e esqueço também. Mas eu deveria? Você fez algo horrível, como pôde? Como pôde não ver que tinha outras alternativas? Como pôde desistir tão fácil de algo tão importante? Como pôde entrar para a lista dos jovens que vêm tirando a própria vida? Lista que, infelizmente, só aumenta. A vida é tão cheia de possibilidades! A juventude é tão cheia delas... Só espero que em algum lugar você tenha encontrado paz, que haja piedade e amor no final. Só espero, por favor, que tudo esteja bem.  Imagem: Weheartit

As coisas de antigamente

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A minha rua tinha duas árvores. Uma delas ficava no quintal do meu vizinho ruim. O vizinho era ruim, ou melhor, ainda é ruim, não a árvore. Bem, o sol sempre nascia atrás dela e de frente para a porta da minha casa e a gente nunca tinha coragem de levantar pra ver o por do sol. Por sorte, o sol se punha na parte de trás da minha casa e esse a gente sempre olhava da varanda que ainda tem no meu quarto. Bem, não no meu quarto, mas no quarto que era meu. Mas tudo bem, agora ele é ocupado por uma pessoa legal, ou pelo menos, ele parece ser legal, algumas músicas das quais escuta pelo menos são. O fato é que agora a árvore do meu vizinho não está mais lá: o terreno nem é mais do meu vizinho ruim e a árvore foi derrubada para que o espaço no qual ela ocupava fosse agora transformado em garagem para carros. Os carros agora ocupam o lugar. E aquela árvore foi transformada em enfeite. Algumas partes dela, na verdade, porque o resto foi jogado no lixo. E também não dá mais para v

O sonho impossível

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Muitas sonham com aquele vestido. Eu mesma já sonhei. A porta de madeira, a melodia simples e serena, o dia apressado, o medo, o passo entrando, os olhos me olhando, as flores nas minhas mãos, o véu arrastando no chão... e, finalmente, meu pai entregando minha mão ao meu esposo. Muitas sonham com o dia do casamento, mas ele, na maioria das vezes, não passa disso. Um sonho. Um sonho impossível. Meu pai não é um pai de verdade e nós dois juntos somos tão estranhos um com o outro como qualquer estranho que se aproxime. Talvez, mais estranhos do que isso, afinal muita história por trás nos lembra quem realmente somos e o que fizemos com as pessoas que amávamos. Meu noivo está lá, ao lado do padre, me esperando. Lágrimas descem dos meus olhos, mas é de felicidade. Aquele momento é perfeito e único. O único momento perfeito do casamento, na verdade. Depois disso, as brigas, as raivas, os problemas, os defeitos e os excessos estragam, corroem e nos prendem, e o casamento se torna